quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Busca pelo Poder Animal na Bruxaria Tradicional


"Na busca do Poder Animal o qual irá lhe ajudar em sua jornada entre os mundos."

É comum encontrarmos pessoas interessadas na busca pelo seu animal guardião,  a maioria é iludida em workshops de um dia ou uma vivência de final de semana, onde encontram o animal que já queriam ter, geralmente encontram águias, grandes felinos, lobos, mas nunca insetos, passarinhos entre
outros menos apresentáveis e que não geram o status de poder.


  Depois que "recebem" guardam em suas mochilas místicas, junto com signo, ascendente, orixá, deus de afinidade, entre muitos outros atributos que favorecem apenas a superficialidade da caminhada.

Existe técnica (fast-food) para encontrar seu animal de poder? Resposta é obvia, não! Não existe, o que existe é um trabalho intenso de conhecer a si próprio, entender a sua essência, a sua aparência, os seus gostos, habitats, resposta a ações, suas fragilidades, seus potenciais, e somente convicto de ser quem realmente você é, encontrará seu animal guardião, e através dele um propósito que se baseia em diversos objetivos, desde cura pessoal até projeção astral. 

Dentro dos diversos segmentos da Bruxaria Tradicional encontramos uma diversidade de cultos, porém escrevo específicamente sobre Bruxaria Tradicional Ibero-Celta.

Fundamento, é que não existem animais que não sejam da   região da linha mágica, ou seja, animais europeus e do lugar cultuado, em nosso caso, no Brasil. Portanto, não encontraremos elefantes (origem africana).

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Animais Guardiões
Em poucas palavras, é sua essência física, é como se age em situações rápidas  e instintivas, porte físico, habilidades, clima e local que se sente mais a vontade.

Animais Auxiliares
São aqueles que nos ajudam em determinado momento de nossa vida, nos emprestam a força, a agilidade, a temperança, a sensibilidade, e geralmente favorecem um bruxo em uma determinada questão.
Animais de Poder
Um canal direto para a sabedoria em outros planos, são mais etéreos em suas aplicações, mais sutis, e são unicamente encontrados em iniciações ou traumas profundos, tal como voltar de um coma.
Animais Totem
 Estes expressam uma coletividade, tal como uma representação de brasão de uma cidade, nome de uma tribo, de um povo, e existem em diversas culturas ancestrais no mundo.
(veja mais sobre este tópico)

Encontramos também dentro da mitologia o apanhado de contos (cheios  de sabedoria para quem consegue ver além das palavras). Podemos citar a transformação animal, isto de acordo com a vontade pessoal ou através de uma punição. 

Há muitas estórias tradicionais relatam a transmutação em animais a fim de que possam aprender uma valiosa lição.

Cada estória nos mostra além da busca pela sabedoria, a intervenção de um protetor ou guardião do local, um deus, um ser do outro mundo pelo qual é encaminhado o peregrino diante de um portal ou nova visão. 

  Também podemos encontrar animais sagrados fazendo menções diretas a deuses tal como o cavalo para Epona, o corvo para Lugo, o gamo para Taliesin.

As técnicas de êxtase como ferramenta de busca de sabedoria, não visam uma causa superficial do próprio ego. A jornada, seja através do montar de um cervo branco, ou através do som do black bird é um principio que nos leva a crer que existe muito mais do que nossos caprichos pessoais. 


Autor: Ricardo DRaco



quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

LUGH - O DAS MUITAS HABILIDADES


Lugh nasce da união de Cian, dos Tuatha dé Danann, e Ethniu, filha de Balor, Rei dos Fomorians. Tinha sido profetizado que Balor seria morto pelo seu neto, e afim de evitar tal destino, Balor encarcerou a sua filha numa torre de Cristal, para que nunca tivesse um filho. Cian no entanto, enquanto tentava recuperar uma vaca, roubada por Balor, conseguiu com a ajuda da Druida* Birog entrar na torre e deitar-se com Ethniu.

Quando Ethniu deu à luz um rapaz, e Balor mandou que este lhe fosse retirado e atirado ao Mar para morrer. O rapaz no entanto foi resgatado por Birog, e por esta entregue a Manannan Mac Lir, que se tornou seu pai adoptivo. Esse rapaz era Lugh. Foi criado por Tailtiu.

Ao atingir a idade adulta Lugh dirige-se a Tara e tenta entrar na corte do Rei Supremo da Irlanda, que na altura era Nuada. O guarda no entanto não o deixa entrar, a menos que ele exerça alguma profissão que lhes seja útil. Lugh sendo mestre de todas as artes e ofícios, cita uma a uma todas as suas habilidades, mas mesmo assim o guarda não o deixa entrar, pois possuem já alguém para cada uma delas. Então Lugh pergunta se possuem alguem que consiga fazer todas elas, ao que o guarda responde que não, e deixa Lugh entrar. Após passar algumas provas impostas por Nuada, Lugh acaba por ser aceite na corte de Nuada.

Uma vez que se junta a seu pai Cian, decide ajudar os Tuatha dé Danann a quebrar a opressão imposta pelos Fomorians sobre estes. Isso aconteceria na segunda Batalha de Maige Tuired, em que Lugh cumpre a profecia, matando o seu avô Balor.

Lugh é mestre de todos os ofícios, mestre de todas as artes, merecendo assim o nome de Samh-ildánach que significa o muito dotado, é também um guerreiro feroz, mestre no manejo da lança, nunca falhando o seu alvo, merecendo assim o nome de Lámhfhada, o do braço comprido.

Possui vários artefactos mágicos, de seu pai adoptivo Manannan. Lugh terá sido também o instituidor do festival de Lá Lúnasa (Lughnasadh)**, em honra de sua mãe adoptiva Tailtiu. No ciclo do Ulster, Lugh surge como pai do herói Cúchulainn.

Lugh possui um carácter luminoso bastante marcado na mitologia, na realidade associado aos relâmpagos, simbolizando a sua lança. Lugh é um Deus de tempestades, um Deus fortemente ligado à realeza e à justiça, e é como já dito mestre de todos os ofícios.

É também o Deus Celta com maior distribuição, tendo sido adorado, sob diversas variantes locais, desde as ilhas até ao continente e mesmo na Península Ibérica.
 
*Uma sídhe Leanan ou mulher das fadas.
**Lugh dedicou este festival a sua mãe de criação, Tailtiu, a última rainha dos Fir Bolg, que morreu de exaustão após clarear uma grande floresta para que pudesse ser cultivada. Quando os homens da Irlanda recostaram-se no seu leito de morte, ela disse para eles que fizessem um funeral com jogos em sua honra. Enquanto continuassem essas comemorações, professou que a Irlanda nunca ficaria sem musica e a colheita seria farta.
 
Texto retirado e adaptado da lista CLAN Peregrinos

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Lugnasadh

Lughnasadh (pronuncia-se "lug-na-ssádh") e acontece no dia 1º de
fevereiro no hemisfério sul e 1º de agosto no hemisfério norte. É um
dos festivais celtas do fogo. O nome original (Lughnasadh) significa,
literalmente, a "festa de Lugh" (Lugo é um deus celta).

Lammas é a primeira colheita e ocorre no auge do verão. Celebramos a
chegada do período de colheitas e também os deuses. Lughnasadh leva
esse nome porque era a época em que os antigos povos celtas
realizavam jogos em homenagem à Lugh e sua mãe.

Dedicado à Lugh, o deus celta da luz, o festejo, representava seu
sacrifício anual que garantia a maturação das sementes, sua colheita
e o fornecimento dos grãos para o próximo plantio. Neste festival,
temos o outono paralelo à união sacrificial de Beltane com o deus do
ano crescente. O Deus-Sol se sacrifica para renascer nos grãos, o que
faz deste festival uma celebração essencial dos grãos e pães.

Tailtu, a Deusa Mãe, também era celebrada com danças e cantos,
exaltada como a fonte de toda vida e abundância. Os primeiros frutos
e cereais colhidos eram-lhe ofertados nos altares de pedra dos
bosques sagrados de carvalhos.

Vemos Lughnasadh é o festival da colheita.

No início de fevereiro, celebramos a primeira colheita. É de extrema
importância que celebremos o alimento que um dia foi cultivado e hoje
está em nossa mesa. A Terra foi fecundada pelo Sol e graças a esse
casamento sagrado temos o que comer; temos vida. O Sol alcançou seu
ponto mais alto no solstício de verão e agora está minguando cada vez
mais... Devemos celebrar tudo o que foi feito, assim como a ida do
Deus para a Summerland. Os dias estão ficando mais curtos e começamos
a tomar consciência da chegada do inverno em breve. Uma festa de
grãos, frutas e vegetais é alegremente celebrada, como todos os
festivais pagãos.

Alguns costumes:
- Lughnasadh era a festa céltica que comemorava os jogos funerais de
Lugh. Não a morte de Lugh, mas os jogos que ele institucionalizou
para honrar a morte de sua mãe adotiva, Tailtu. Na Irlanda,
Lughnasadh é chamado de "Jogos de Tailtu".

- Nos antigos rituais, havia uma efígie do Deus Milho feita com vime
e outros materiais. O homem de vime era preenchido com todos
os "sacrifícios" da aldeia: frutas, grãos, riquezas, vinho e outras
oferendas. Uma fogueira enorme era construída e consagrada. Durante a
cerimônia deste festival, o homem de vime era lançado sobre o fogo e
sacrificado, levando assim os desejos das pessoas ao mundo dos deuses.

- Simplificando a ortografia, Lúnasa significa "mês de agosto" em
gaélico-irlandês. Lunasda e Lunasdal signigicam "Lammas" (primeiro de
agosto em gaélico-escocês). Na Ilha de Man, o equivalente é Laa
Luanys ou Laa Lunys. Na Escócia, é Iuchar. Na península de Dingle é
conhecida por An Lughna Dubh ("o festival sombriou de Lugh").

Retirado de: yahoogrupos/ arvore sagrada