quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Busca pelo Poder Animal na Bruxaria Tradicional


"Na busca do Poder Animal o qual irá lhe ajudar em sua jornada entre os mundos."

É comum encontrarmos pessoas interessadas na busca pelo seu animal guardião,  a maioria é iludida em workshops de um dia ou uma vivência de final de semana, onde encontram o animal que já queriam ter, geralmente encontram águias, grandes felinos, lobos, mas nunca insetos, passarinhos entre
outros menos apresentáveis e que não geram o status de poder.


  Depois que "recebem" guardam em suas mochilas místicas, junto com signo, ascendente, orixá, deus de afinidade, entre muitos outros atributos que favorecem apenas a superficialidade da caminhada.

Existe técnica (fast-food) para encontrar seu animal de poder? Resposta é obvia, não! Não existe, o que existe é um trabalho intenso de conhecer a si próprio, entender a sua essência, a sua aparência, os seus gostos, habitats, resposta a ações, suas fragilidades, seus potenciais, e somente convicto de ser quem realmente você é, encontrará seu animal guardião, e através dele um propósito que se baseia em diversos objetivos, desde cura pessoal até projeção astral. 

Dentro dos diversos segmentos da Bruxaria Tradicional encontramos uma diversidade de cultos, porém escrevo específicamente sobre Bruxaria Tradicional Ibero-Celta.

Fundamento, é que não existem animais que não sejam da   região da linha mágica, ou seja, animais europeus e do lugar cultuado, em nosso caso, no Brasil. Portanto, não encontraremos elefantes (origem africana).

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Animais Guardiões
Em poucas palavras, é sua essência física, é como se age em situações rápidas  e instintivas, porte físico, habilidades, clima e local que se sente mais a vontade.

Animais Auxiliares
São aqueles que nos ajudam em determinado momento de nossa vida, nos emprestam a força, a agilidade, a temperança, a sensibilidade, e geralmente favorecem um bruxo em uma determinada questão.
Animais de Poder
Um canal direto para a sabedoria em outros planos, são mais etéreos em suas aplicações, mais sutis, e são unicamente encontrados em iniciações ou traumas profundos, tal como voltar de um coma.
Animais Totem
 Estes expressam uma coletividade, tal como uma representação de brasão de uma cidade, nome de uma tribo, de um povo, e existem em diversas culturas ancestrais no mundo.
(veja mais sobre este tópico)

Encontramos também dentro da mitologia o apanhado de contos (cheios  de sabedoria para quem consegue ver além das palavras). Podemos citar a transformação animal, isto de acordo com a vontade pessoal ou através de uma punição. 

Há muitas estórias tradicionais relatam a transmutação em animais a fim de que possam aprender uma valiosa lição.

Cada estória nos mostra além da busca pela sabedoria, a intervenção de um protetor ou guardião do local, um deus, um ser do outro mundo pelo qual é encaminhado o peregrino diante de um portal ou nova visão. 

  Também podemos encontrar animais sagrados fazendo menções diretas a deuses tal como o cavalo para Epona, o corvo para Lugo, o gamo para Taliesin.

As técnicas de êxtase como ferramenta de busca de sabedoria, não visam uma causa superficial do próprio ego. A jornada, seja através do montar de um cervo branco, ou através do som do black bird é um principio que nos leva a crer que existe muito mais do que nossos caprichos pessoais. 


Autor: Ricardo DRaco



quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

LUGH - O DAS MUITAS HABILIDADES


Lugh nasce da união de Cian, dos Tuatha dé Danann, e Ethniu, filha de Balor, Rei dos Fomorians. Tinha sido profetizado que Balor seria morto pelo seu neto, e afim de evitar tal destino, Balor encarcerou a sua filha numa torre de Cristal, para que nunca tivesse um filho. Cian no entanto, enquanto tentava recuperar uma vaca, roubada por Balor, conseguiu com a ajuda da Druida* Birog entrar na torre e deitar-se com Ethniu.

Quando Ethniu deu à luz um rapaz, e Balor mandou que este lhe fosse retirado e atirado ao Mar para morrer. O rapaz no entanto foi resgatado por Birog, e por esta entregue a Manannan Mac Lir, que se tornou seu pai adoptivo. Esse rapaz era Lugh. Foi criado por Tailtiu.

Ao atingir a idade adulta Lugh dirige-se a Tara e tenta entrar na corte do Rei Supremo da Irlanda, que na altura era Nuada. O guarda no entanto não o deixa entrar, a menos que ele exerça alguma profissão que lhes seja útil. Lugh sendo mestre de todas as artes e ofícios, cita uma a uma todas as suas habilidades, mas mesmo assim o guarda não o deixa entrar, pois possuem já alguém para cada uma delas. Então Lugh pergunta se possuem alguem que consiga fazer todas elas, ao que o guarda responde que não, e deixa Lugh entrar. Após passar algumas provas impostas por Nuada, Lugh acaba por ser aceite na corte de Nuada.

Uma vez que se junta a seu pai Cian, decide ajudar os Tuatha dé Danann a quebrar a opressão imposta pelos Fomorians sobre estes. Isso aconteceria na segunda Batalha de Maige Tuired, em que Lugh cumpre a profecia, matando o seu avô Balor.

Lugh é mestre de todos os ofícios, mestre de todas as artes, merecendo assim o nome de Samh-ildánach que significa o muito dotado, é também um guerreiro feroz, mestre no manejo da lança, nunca falhando o seu alvo, merecendo assim o nome de Lámhfhada, o do braço comprido.

Possui vários artefactos mágicos, de seu pai adoptivo Manannan. Lugh terá sido também o instituidor do festival de Lá Lúnasa (Lughnasadh)**, em honra de sua mãe adoptiva Tailtiu. No ciclo do Ulster, Lugh surge como pai do herói Cúchulainn.

Lugh possui um carácter luminoso bastante marcado na mitologia, na realidade associado aos relâmpagos, simbolizando a sua lança. Lugh é um Deus de tempestades, um Deus fortemente ligado à realeza e à justiça, e é como já dito mestre de todos os ofícios.

É também o Deus Celta com maior distribuição, tendo sido adorado, sob diversas variantes locais, desde as ilhas até ao continente e mesmo na Península Ibérica.
 
*Uma sídhe Leanan ou mulher das fadas.
**Lugh dedicou este festival a sua mãe de criação, Tailtiu, a última rainha dos Fir Bolg, que morreu de exaustão após clarear uma grande floresta para que pudesse ser cultivada. Quando os homens da Irlanda recostaram-se no seu leito de morte, ela disse para eles que fizessem um funeral com jogos em sua honra. Enquanto continuassem essas comemorações, professou que a Irlanda nunca ficaria sem musica e a colheita seria farta.
 
Texto retirado e adaptado da lista CLAN Peregrinos

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Lugnasadh

Lughnasadh (pronuncia-se "lug-na-ssádh") e acontece no dia 1º de
fevereiro no hemisfério sul e 1º de agosto no hemisfério norte. É um
dos festivais celtas do fogo. O nome original (Lughnasadh) significa,
literalmente, a "festa de Lugh" (Lugo é um deus celta).

Lammas é a primeira colheita e ocorre no auge do verão. Celebramos a
chegada do período de colheitas e também os deuses. Lughnasadh leva
esse nome porque era a época em que os antigos povos celtas
realizavam jogos em homenagem à Lugh e sua mãe.

Dedicado à Lugh, o deus celta da luz, o festejo, representava seu
sacrifício anual que garantia a maturação das sementes, sua colheita
e o fornecimento dos grãos para o próximo plantio. Neste festival,
temos o outono paralelo à união sacrificial de Beltane com o deus do
ano crescente. O Deus-Sol se sacrifica para renascer nos grãos, o que
faz deste festival uma celebração essencial dos grãos e pães.

Tailtu, a Deusa Mãe, também era celebrada com danças e cantos,
exaltada como a fonte de toda vida e abundância. Os primeiros frutos
e cereais colhidos eram-lhe ofertados nos altares de pedra dos
bosques sagrados de carvalhos.

Vemos Lughnasadh é o festival da colheita.

No início de fevereiro, celebramos a primeira colheita. É de extrema
importância que celebremos o alimento que um dia foi cultivado e hoje
está em nossa mesa. A Terra foi fecundada pelo Sol e graças a esse
casamento sagrado temos o que comer; temos vida. O Sol alcançou seu
ponto mais alto no solstício de verão e agora está minguando cada vez
mais... Devemos celebrar tudo o que foi feito, assim como a ida do
Deus para a Summerland. Os dias estão ficando mais curtos e começamos
a tomar consciência da chegada do inverno em breve. Uma festa de
grãos, frutas e vegetais é alegremente celebrada, como todos os
festivais pagãos.

Alguns costumes:
- Lughnasadh era a festa céltica que comemorava os jogos funerais de
Lugh. Não a morte de Lugh, mas os jogos que ele institucionalizou
para honrar a morte de sua mãe adotiva, Tailtu. Na Irlanda,
Lughnasadh é chamado de "Jogos de Tailtu".

- Nos antigos rituais, havia uma efígie do Deus Milho feita com vime
e outros materiais. O homem de vime era preenchido com todos
os "sacrifícios" da aldeia: frutas, grãos, riquezas, vinho e outras
oferendas. Uma fogueira enorme era construída e consagrada. Durante a
cerimônia deste festival, o homem de vime era lançado sobre o fogo e
sacrificado, levando assim os desejos das pessoas ao mundo dos deuses.

- Simplificando a ortografia, Lúnasa significa "mês de agosto" em
gaélico-irlandês. Lunasda e Lunasdal signigicam "Lammas" (primeiro de
agosto em gaélico-escocês). Na Ilha de Man, o equivalente é Laa
Luanys ou Laa Lunys. Na Escócia, é Iuchar. Na península de Dingle é
conhecida por An Lughna Dubh ("o festival sombriou de Lugh").

Retirado de: yahoogrupos/ arvore sagrada

domingo, 30 de janeiro de 2011

Eu, O Início


     Sou alguém que buscou  por muito tempo o caminho da bruxaria......
     Li bastante, em livros, internet
     Conheci pessoas, listas, instituições, mas na verdade nada me acrescentou muito.
     Nas pessoas vi egos, ostentações de títulos. Muitos títulos, muitas palavras para pouco ensinamento.
     Na maior parte das vezes eram uma junção de tudo que já tinham lido (muitas vezes só pela internet) com pouca base e menos conteúdo ainda.
     As listas e grupos eram feitas por pessoas mais ou menos iguais as que tinha conhecido. Se perdiam em problemas pessoais, em conflitos de egos e em termos de aprendizado pouco ou nada acrescentavam, já que preferiam “lavar a roupa suja” com seus desafetos, do que partilhar real conhecimento.
     Muitas vezes fiquei pensando se o conhecimento existia, ou era só baseado em auto intitulação, em workshops de um dia, com muito gasto de dinheiro e pouca ou nenhuma profundidade.
      Cada um com seu ego inflado, se dizendo perseguido ou injustiçado, mas sempre se achando o escolhido.
     Quantos, logo após montar seu próprio grupo, com mais saladas místicas, passavam a falar mal da pessoa que os iniciou no caminho
     Nunca compreendi a mistureba, os esquisoterismo desenfreado
    A meu ver, essas práticas, além de só confundirem as pessoas que realmente buscam conhecimento, desacreditam quem as usa. A cada dia nasce uma “nova tradição”, com princípios mais esquisitos que os anteriores e sempre acrescentando um elemento tirado de outra religião, como se adornar-se das coisas dos outros os tornassem mais sábios, ou garantisse mais títulos.  
    Há alguns anos conheci um grupo. De inicio achei que era como os outros, mas a proposta deles veio de encontro ao que eu buscava.
     Baseadas em conhecimento, tradição e êxtase, respeitando a individualidade, as diferenças,o respeito a terra onde vivemos,  mas sem se perder dos princípios da Bruxaria Tradicional.
     Nesse caminho eu me reencontrei, não por muletas ou fórmulas prontas, mas por uma batalha diária de me conhecer, de buscar as respostas em mim, sem esperar que ninguém as trouxesse de forma mastigada e moldada a sua vontade.
     E vi por mim!  Retorno a minha essência, me amo a cada dia mais e sou cada dia mais forte. Sei o quanto ainda posso caminhar, pelos mundos, por tudo que fora do caminho parece apenas um sonho.
     Acredito que cada um possa fazer o que bem entender, mas não por desinformação.
     O objetivo aqui não é afirmar que estou certa, dizer que meu caminho é o único.
    Se eu tivesse tal pretensão, seria como aqueles a quem tanto critiquei e não compreendi.
     Não alimentamos preconceitos a qualquer religião ou crença, simplesmente não a seguimos.
     Não agregamos elementos de outras crenças apenas agregar mais pessoas, mais simpatizantes. Somos o que somos, sem saladas místicas.
     Você pode se intitular budista, judeu, ou qualquer coisa que seja, desde que siga o que se propôs, que deseje trilhar esse caminho por vontade e afinidade, não apenas para agradar, ser aceito ou ir contra a sociedade.
     Então trilhe esse caminho aberto ao conhecimento, sem preguiça, sem engolir qualquer coisa que querem te vender pela internet.
      Seja o que quiser, mas seja você e seja feliz!
      Não se acomode, questione, pense!
      Elimine do dicionário da sua vida a palavra mediocridade e, faça o que fizer, faça direito, com capricho, paixão, dedicação.
     Se ainda assim se interessar pela Bruxaria Tradicional, temos links aqui e textos de colaboradores que podem ajudar a tirar dúvidas, a entender se este é realmente o seu caminho.
    

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Bruxaria Tradicional e Religiões Marginalizadas

Bruxaria Tradicional e Religiões Marginalizadas

Este é um ponto interessante sobre qual óptica devemos analisar, seria a Bruxaria uma religião marginalizada ou todas as religiões marginalizadas são Bruxaria?

Depende da óptica! Se pensarmos como um fundamentalista cristão todas as crenças são meras manifestações religiosas, principalmente as espíritas, uma devoção ao diabo e a bruxaria.

Se mudarmos para a China e na Índia, o próprio cristianismo é uma religião marginalizada.

Partindo pelo pressuposto que toda crença marginalizada é Bruxaria, poderíamos incluir o Catolicismo? Não acreditamos que convenha dar a designação de bruxos para padres.

Observamos uma frase interessante que se resumia a: “Todo mundo quer ser Bruxo” nós francamente não teríamos toda essa convicção ao expor esta afirmação a um babalorixá, a um brâmane ou houngan.

Nós realizamos uma pesquisa e a maioria das pessoas entrevistadas declinou, umas por enfatizar a sua cultura, outras entendiam pelo significado de práticas tidas como “malévolas”. Mas ao distorcermos o significado da palavra para sábio, logicamente todos acreditam serem sábios.

Há algum tempo fizemos uma indagação a muitos pagãos, sobre se alterássemos o significado da palavra bruxaria para “caipira”, quantas ainda assim tomariam o título, e o resultado foi menos de 10%.

A conclusão, para o termo Bruxaria, é mais uma das muitas crenças marginalizadas, e não simplesmente a representação de todas. Um dado interessante com relação à liberdade religiosa no Brasil. Tivemos apenas a legalização da Umbanda somente na data de 1945, antes disso havia não apenas uma perseguição religiosa, mas também uma perseguição policial; temos muitas outras como o Santo Daime que ainda é perseguido por diversas áreas da sociedade, devido o total desconhecimento do que elas são e representam.


Outra frase interessante e muito comum é “devemos ser e não ter” e acreditamos que isto funciona muito bem com títulos, acreditamos que antes de se “ter” uma religião, devemos “ser” religiosos, e não pensem que estamos nos referindo a burocracias e processos complexos, tal como o medo que as pessoas têm de federações, associações e outras referências, pois seria uma hipocrisia não pensar que as mesmas não estariam inseridas em alguma destas categorias, seja uma categoria profissional, tal como um CRA, CRE, que não participem de uma instituição de Previdência Privada, entre outras.
 Acreditamos que existe uma linha que separa os revolucionários dos rebeldes sem entendimento.

Nós do Conselho de Bruxaria Tradicional, entendemos que devemos através do sistema e não contra o sistema, conquistar direitos e assumir deveres, tal como qualquer religião oficializada, pois somente assim exerceremos com embasamento o nosso direito de culto, que já é assegurado pela constituição federal, artigo 5°, porém ainda marginalizado e ridicularizado, devido ao total desconhecimento, tanto dos que não participam da linha religiosa como dos que distorcem os parâmetros religiosos.

Devemos entender também a diferença de conhecimento pessoal e área religiosa, como muitos brasileiros, conhecemos muitas religiões, fizemos em algum momento de nossa vida uma busca espiritual, porém esse agregado é tido como crença pessoal e nunca pode ser misturado de forma a representar um caminho religioso coletivo, portanto o fato de se pular 7 ondas, de comer uva, lentilha como cristão, essas crenças particulares nunca são tidas como atos religiosos católicos.

Portanto, religião é diferente de crença pessoal, e o fato de querer ofertar conhecimento é nato em muitos líderes religiosos, sejam eles cristão, pagãos, budistas, entre outras designações, isto não lhe torna especial ou melhor, é apenas um fato comum e por vezes mal interpretado tanto para quem ensina, quanto para quem aprende.

Terminamos com um pedido, gostaríamos de modo fraterno, que todas as pessoas que acessam outros blogs, sejam contrárias ao trabalho que desenvolvemos ou não, não o façam com o objetivo de “caçoar” ou com objetivos agressivos, acreditamos que todos têm o direito de colocar as suas idéias.

Acreditamos no idealismo e na coletividade, portanto vamos nos objetivar no conhecimento, como bem colocamos, o nosso foco não objetiva área comercial, nossos projetos são de cunho social.

Agradecemos, mais uma vez ao carinho de todos os colaboradores.

Cordialmente,

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O que é ser um Bruxo Tradiconal? esclarecendo as distorções

Dentro dos textos que analisamos, as pessoas confundem Bruxaria com Ocultismo, com Intuição, com Feitiçaria e com o uso da internet isso se torna cada vez mais explícito, e o nosso objetivo é direcionamos para o entendimento de cada conceito.

Como dissemos, estamos aqui para agregar, porém é óbvio que temos uma linha de pensamento, quando dizemos “aceitação” é dentro dos moldes filosóficos que praticamos e todos que procuram são bem vindos.

Se hoje o termo Bruxaria não tem relação direta com os cultos pré-cristãos, dizemos que isso é uma clara distorção, se não cultuarmos a preservação de valores, então do que vale o nome tradicional? Temos que respeitar os devidos conceitos e darmos a eles os nomes destinados.

Temos um modo muito fácil de simplificar as questões e, se por acaso alguém acha que Bruxaria Tradicional tem que ser “modificada”, que ela vem se “modificando”, que ela hoje tende a ser mais “moderna”...É muito simples, troquem o termo Bruxaria Tradicional para Bruxaria Moderna e se tornem membros da Wicca.

Se por acaso acreditam que Bruxaria Tradicional é “atemporal”, que é uma junção de “sistemas mágicos”, se não há linha descendente de conhecimento, se não existe uma raiz geográfica, que prezam por algo “monista”, se acreditam que deuses são dispositivos psicológicos, que ancestrais são apenas energias a serem trabalhadas. Caros leitores, francamente, isto não é Bruxaria Tradicional, por mais que se queira dizer por status que seja.

Nossa intenção é agregar e não temos pretensão alguma em destruir qualquer coisa, até por que para se destruir algo “isto ou aquilo” tem que pelo menos existir e hoje tudo o que vemos dentro do que é mostrado em Bruxaria Tradicional, tanto de instituições como pessoas são apenas desejos platônicos da década de 50 para se inspirar nos cultos pré-cristãos e seus festejos pagãos, que obviamente dentro do que conhecemos não passou de um simples desejo superficial, algo para chamar a atenção da mídia.

O termo bruxaria realmente alcançou bom acesso à mídia na década de 50, tal como hoje, tem forte apelo na mídia, por ter equiparado ao termo ocultista/ místico, bem diferente do período medieval que era uma visão de anti-cristianismo dada pela campanha católica e não protestante. Como sabem o protestantismo nasceu em 1.500 d.C., mas bem antes disso, a palavra bruxaria já existia, até mesmo antes dos romanos invadirem a Península Ibérica, portanto seria mais uma falta de informação tentar dizer que bruxaria teve seu início na década de 50.

Com relação às Iniciações para ser um padre é necessário sua ordenação, para ser católico também se passará por iniciações, tal como um batismo, mas são modos diferentes de ritos de passagem.

Como funciona na Bruxaria Tradicional? Como temos dito, primeiro é necessário entender o conceito Bruxaria Tradicional, embora já explicado em diversos textos, sempre observamos a mesma confusão, então reflitam sobre esses conceitos:

- Crenças Tradicionais;

- Qual a origem do termo Bruxaria;

- Famílias Pagãs = Bruxaria Familiar/ hereditários;

- O que separa Bruxaria Familiar da Bruxaria Tradicional.

Outro contexto que devemos esclarecer é que se você não acredita em iniciação, você provavelmente não passou por esse processo e, se passou por uma não passou por todas. A transmissão dentro da Bruxaria Tradicional é ancestral, se estamos trabalhando com linha de tempo, conhecimento passado de geração a geração, é obvio que ao receber este conhecimento não existe necessidade de copiar sistemas de outras crenças, se o faz, faz por aprendizado próprio e não em nome da Bruxaria Tradicional, ou o que se aprendeu não teria valor, estaria corrompido ou fragmentado. Conheço gente que disse que nasceu Bruxo Tradicional e hoje é Wiccano, um erro conceitual, na verdade o sujeito veio de uma “família pagã”, na qual os conhecimentos transmitidos não lhe eram agradáveis ou não passavam de pequenos fragmentos sem sentido.

Como também conheço pessoas que eram wiccanas e resolveram se tornar Bruxos Tradicionais para se distanciarem de conceitos e regras comuns a qualquer caminho, seja chamado de crença, seja chamado de religião, na verdade, querendo ou não a Bruxaria Tradicional tem suas definições também, devemos entender que Bruxaria Tradicional é um agregado de costumes, folclore, filosofia, magia, enfim... Ela não é simplesmente feitiçaria, alias a feitiçaria não ocupa tão grande espaço dentro da crença como muitos acreditam, muito embora seja o mais divulgado.

Um bruxo precisa de aprovação? Depende, pedimos aprovação aos nossos mestres, pedimos aprovação em uma reunião de um grupo, pedimos aprovação para um evento publico. O fato é que as pessoas confundem aprovação como um ataque a sua soberania pessoal, uma aprovação pode ser um conselho, pode ser um ato de dividir uma tarefa, entre outros atos.

Vamos falar como funciona a Bruxaria Tradicional; não falaremos em nome de todos os grupos, porém usaremos um conceito genérico.

Um bruxo pode trabalhar sozinho? Uma boa questão! Primeiro, um bruxo pode após suas iniciações e pactos, pode viver e seguir seu caminho sem precisar criar um grupo, mas ele deve respeito e não corta vínculos com sua origem, seja esta apenas um tutor, seja esta um grupo fraterno.

O que é o sacerdócio dentro da BT? É um passo onde se busca ferramentas para lidar com iniciantes, onde se adquire conhecimentos reconhecidos para promover iniciações.

Um bruxo precisa ser um sacerdote? Não, ele não precisa se envolver com o sacerdócio, tal como um exemplo: ele pode ser católico ele não precisa ser um padre, assim fica mais fácil a compreensão.

Qualquer linha ligada ao paganismo pode celebrar os encantos da natureza, isto não é exclusividade da Bruxaria Tradicional. Se existe uma diferença sacerdotal para com um comum praticante esta diferença está somente no ponto da iniciação, do comprometimento ao ensino, de oficialização de trabalhos em grupo. Portanto não existe uma obrigatoriedade, mas repetindo, estamos falando de Bruxaria Tradicional, que é algo hierárquico, estruturado, iniciático, não estamos falando de Bruxaria Familiar, que é outra estrutura, com outros trâmites, caso o leitor tenha interesse nas definições vejam os textos anteriores de nosso blog, ou venha até um de nossos encontros.

O ensinamento está aberto para qualquer um que queira aprender, não existe necessidade de ser um sensitivo ou achar isso no astral viajando por portais, calma leitor! Não irá participar de rituais públicos, não irá ingressar automaticamente num grupo. O que propomos é apenas o ensino, o modo do pensar, do entender o mundo e para isso basta ter ouvidos. Não pensem que um Bruxo Tradicional é um “avatar” (isso infelizmente é mais uma distorção), este é apenas um caminho que te leva a ter vivência e conhecimento.

E por isso que olhamos com pesar e até questionamos o caráter de algumas pessoas que condenam o ato do ensinamento, como também o distorcem para arrebanhamento. É muito estranho para nós pensar que alguém vá contra o ato nobre de compartilhar, e que também é contra e julga àqueles que desejam se unir para realização de projetos e ideais. Entretanto uma coisa é certa, todos os que queiram serão bem recebidos em nossos projetos!

Queremos enfatizar que Bruxaria Tradicional continua sendo pagã e sempre será, que honraremos sempre a Natureza, que honraremos nossas origens e aos nossos ancestrais. Não estamos focando no céu e no inferno tal como alguns nomeiam como celestial e subterrâneo. Bruxaria Tradicional é uma visão alternativa e não um agregado de filosofias desconectadas. É isto que faz a diferença! Não é medir um bruxo se ele faz feitiços que resolvem, isso o torna apenas um bom feiticeiro, ser um bruxo é mais do que feitiçaria, um bruxo realmente odeia o barulho das cidades, ele se encontra na tranqüilidade de uma floresta, ele não transmuta a sua filosofia ele transmuta os seus atos perante o meio que vive, eis a diferença de pensamento.

Caro leitor, não estamos aqui para criticar o catolicismo ou qualquer outra religião, acreditamos que o protestantismo já faz suas críticas diretas, a história é a mesma basta estudá-la, temos dados expressivos de analfabetismo na interpretação de texto, o que concordamos, falta bom senso além de conceito, mas com boa educação e com vontade todos podem se compreender.

Vejam, para alguns seria impossível admitir que pessoas ligadas à bruxaria pudessem estar ligadas a política, se fosse assim não teríamos bancadas de religiosos no congresso! Vejam, um bruxo tradicional esta ligado a movimentos culturais também, ou seria apenas um tapado feiticeiro? Seria uma tremenda falta de bom senso acreditar que bruxos são apenas personagens míticos, que eles não se envolvem com as diversas camadas da sociedade, este pensamento é cabível somente para gente de mente fantasiosa.

Como alguém que não é tradicionalista pode afirmar algumas informações sem base? É impossível não termos separações conceituais e históricas dado aos eventos do tempo ao afirmar sobre Bruxaria Tradicional tardia. São obvios, pois não existem relatos desse ponto que conduzam a crença pré-cristã com propriedade, é obvio os elementos filosóficos clássicos, o foco apenas na magia e tantas outras considerações. Temos um cenário de Wicca versus Bruxaria Tradicional, uma disputa de Gerald Gardner com Robert Cochran ou das influências de Andrew D. Chumbley nitidamente ligadas a Austin O. Spare que em nada são similares com a base dos cultos pré-cristãos. A isto chamamos de “ruptura”, por tanto, uma nova visão que infelizmente usou do mesmo nome “Bruxaria Tradicional”.

Não estamos declarando que não houveram mudanças, mas essas mudanças não implicam na junção de outros sistemas mágicos incorporando na crença, no modo de agir, de pensar. Estamos falando de um caminho religioso e não de um agregado de misturas de diferentes épocas e sem sentido. Nos não observamos em outras crenças tradicionais dizerem que, por exemplo, o Budismo é diferente do que era antes, não vemos budistas traçando pentagramas no chão, não vejo budistas dizendo que Buda é um mecanismo psicológico de máscara para sociedade e tantas coisas absurdas e que estamos acostumados a ver no meio neo-pagão “erudito”.

Estamos aqui para desmistificar a crença na Bruxaria Tradicional, apenas isso, e sentimos realmente se alguns de nossos leitores assíduos se incomodam, não queremos que o nosso caminho seja distorcido para contemplar as particularidades de alguns que não se sentem a vontade em outras religiões neo-pagãs.

Utilizar desses argumentos: “se basear no Malleus Maleficarum (1487) com a manipulação da Igreja para dizer que bruxos portavam grimórios”, “Que um bruxo utiliza elementos de outras religiões porque ele é um sábio” “Que a organização e multi-cooperação devam ser vistas com suspeita” São pontos muito fora de contexto.

Queremos agradecer a todos que analisam nossos textos, mesmo no tom de crítica sem base, ou baseados em dados confusos e distorcidos. Sempre é bom ver o quanto podemos ajudar, é um termômetro para observarmos como anda o conhecimento da magia (e infelizmente está muito ruim), mas acreditamos como “religiosos esperançosos” que pelo menos os leitores se questionem sobre o que acreditam, e convidamos a todos para que venham nos conhecer pessoalmente. Acreditamos no debate de idéias, mas não da agressão direta e pessoal.


FONTE: Conselho de Bruxaria Tradicional

http://www.bruxariatradicional.hd1.com.br

Autor: Ricardo DRaco

O Início

Sou alguém que buscou  por muito tempo o caminho da bruxaria......
     Li bastante, em livros, internet
     Conheci pessoas, listas, instituições, mas na verdade nada me acrescentou muito.
     Nas pessoas vi egos, ostentações de títulos. Muitos títulos, muitas palavras para pouco ensinamento.
     Na maior parte das vezes eram uma junção de tudo que já tinham lido (muitas vezes só pela internet) com pouca base e menos conteúdo ainda.
     As listas e grupos eram feitas por pessoas mais ou menos iguais as que tinha conhecido. Se perdiam em problemas pessoais, em conflitos de egos e em termos de aprendizado pouco ou nada acrescentavam, já que preferiam “lavar a roupa suja” com seus desafetos, do que partilhar real conhecimento.
     Muitas vezes fiquei pensando se o conhecimento existia, ou era só baseado em auto intitulação, em workshops de um dia, com muito gasto de dinheiro e pouca ou nenhuma profundidade.
      Cada um com seu ego inflado, se dizendo perseguido ou injustiçado, mas sempre se achando o escolhido.
     Quantos, logo após montar seu próprio grupo, com mais saladas místicas, passavam a falar mal da pessoa que os iniciou no caminho
     Nunca compreendi a mistureba, os esquisoterismo desenfreado
    A meu ver, essas práticas, além de só confundirem as pessoas que realmente buscam conhecimento, desacreditam quem as usa. A cada dia nasce uma “nova tradição”, com princípios mais esquisitos que os anteriores e sempre acrescentando um elemento tirado de outra religião, como se adornar-se das coisas dos outros os tornassem mais sábios, ou garantisse mais títulos.  
    Há alguns anos conheci um grupo. De inicio achei que era como os outros, mas a proposta deles veio de encontro ao que eu buscava.
     Baseadas em conhecimento, tradição e êxtase, respeitando a individualidade, as diferenças,o respeito a terra onde vivemos,  mas sem se perder dos princípios da Bruxaria Tradicional.
     Nesse caminho eu me reencontrei, não por muletas ou fórmulas prontas, mas por uma batalha diária de me conhecer, de buscar as respostas em mim, sem esperar que ninguém as trouxesse de forma mastigada e moldada a sua vontade.
     E vi por mim!  Retorno a minha essência, me amo a cada dia mais e sou cada dia mais forte. Sei o quanto ainda posso caminhar, pelos mundos, por tudo que fora do caminho parece apenas um sonho.
     Acredito que cada um possa fazer o que bem entender, mas não por desinformação.
     O objetivo aqui não é afirmar que estou certa, dizer que meu caminho é o único.
    Se eu tivesse tal pretensão, seria como aqueles a quem tanto critiquei e não compreendi.
     Não alimentamos preconceitos a qualquer religião ou crença, simplesmente não a seguimos.
     Não agregamos elementos de outras crenças apenas agregar mais pessoas, mais simpatizantes. Somos o que somos, sem saladas místicas.
     Você pode se intitular budista, judeu, ou qualquer coisa que seja, desde que siga o que se propôs, que deseje trilhar esse caminho por vontade e afinidade, não apenas para agradar, ser aceito ou ir contra a sociedade.
     Então trilhe esse caminho aberto ao conhecimento, sem preguiça, sem engolir qualquer coisa que querem te vender pela internet.
      Seja o que quiser, mas seja você e seja feliz!
      Não se acomode, questione, pense!
      Elimine do dicionário da sua vida a palavra mediocridade e, faça o que fizer, faça direito, com capricho, paixão, dedicação.
     Se ainda assim se interessar pela Bruxaria Tradicional, temos links aqui e textos de colaboradores que podem ajudar a tirar dúvidas, a entender se este é realmente o seu caminho.